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Foto do escritorJoão Tibério

19+04 = E Pluribus Unum

Atualizado: 9 de jun. de 2022


Esta é a terceira vez que tenho a oportunidade de falar numa Assembleia Geral, é a terceira vez que tenho o privilégio de participar num momento maior do Sport Lisboa e BENFICA.


Não duvidem que participar, votar ou falar numa AG são momentos fundamentais do Benficar e são gestos da maior importância no associativismo que nunca nos irão roubar. E mesmo que alguns reles sucessores de Borges Coutinho se tenham atirado a pescoços de consócios, se distraíssem no telemóvel ou nos insultem em programas que nada dignificam o clube, o Benfica será sempre nosso e faz-se nestas noites marcantes.


Desta vez, não falarei de tipos de benfiquistas nem da indústria alimentar portuguesa, desta vez venho falar de educação e formação.


Esta semana saiu uma notícia sobre as alterações previstas para os conteúdos programáticos de matemática. Parece que vamos ter um reforço da estatística, probabilidades e que temos de trabalhar para melhorar a literacia financeira. Digo já que concordo. Acho fundamental e urgente.


Veja-se a forma como tantos portugueses não percebem porque lhes sobra tanto tempo no final do dinheiro. Ou como não percebem como funciona a inflação dos tomates Guloso ou dos laterais menos apetitosos. Mas também não percebem como se paga tanto por jogadores que são a custo zero. Sim, os benfiquistas, tal como os portugueses precisam de mais literacia financeira para perceber a criatividade financeira de alguns camisolas 10, que não o presidente.


Se soubermos um pouco mais de números talvez consigamos discutir que não chega ter mais 6,3% de crescimento de receitas no merchandising, rede de escolas ou casas do Benfica, que 10% das quotizações para as modalidades é bom, ou que estamos mesmo a precisar de uns NFTs jeitosos para começar a ganhar no tablet lá de casa.


O que devia ser evidente, é que precisamos sobretudo de fazer melhor. Temos de ser mais exigentes e mais certeiros. Não podemos continuar a falhar de baliza vazia e culpar os árbitros, a bola ou um presidente antigo — o Vale Azevedo, calma. Precisamos de investimento na equipa, melhorias no estádio, mas, sobretudo, de mais benfiquismo e benfiquistas.


Ganhamos quando somos exigentes e precisamos ainda de mais exigência quando não ganhamos — lembro, que no Benfica nunca se perde — e é por isso que é óbvio que precisamos de mais exigência e transparência. Algo que uma auditoria ou novos estatutos poderiam ajudar. E não é preciso ser professor de Matemática para saber isso.


Sim, precisamos de mais benfiquistas profissionais e de mais profissionais benfiquistas. Precisamos de acreditar, de confiar, de amar o clube sem reservas.


Precisamos de união e estabilidade, mas essa não se consegue calando a oposição ou desprezando aqueles fazem algo pelo clube.

Se querem um Benfica unido — sabendo que isso nos torna imparáveis — façam-nos sentir parte do nosso próprio clube. Não queremos ser clientes, queremos ser loucos da cabeça, uma extensão das camisolas berrantes em todos os estádios, pavilhões e cafés.


E, para não dizerem que isto são só palavras, fica a última equação para repetirem com os vossos filhos: 19+04 = E Pluribus Unum.


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