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Foto do escritorJoão Tibério

25 de abril, sempre! Sport Lisboa e Benfica, sempre!

Atualizado: 26 de abr. de 2019

Nos 45 anos do 25 de Abril de 1974, relembremos alguns dos motivos, exemplos e casos que mostram que o Sport Lisboa e Benfica é uma das referências e símbolos da Liberdade e da Democracia em Portugal:


1. O Sport Lisboa e Benfica não foi o clube do regime. É um facto.

2. Uma mentira muitas vezes repetida não pode tornar-se verdade. Passa por nós contar e relembrar estas histórias para que não reescrevam a História.

3. O Benfica é na sua génese um clube do povo. Tal como hoje, a nossa força fez-se de gente de diferentes meios, classes, origens ou vivências.

4. O Sport Lisboa e Benfica equipa de vermelho. O vermelho era uma cor «proibida» durante o Estado Novo e riscada pela censura.

5. O Benfica não foi a equipa lisboeta com mais títulos de campeão nacional durante os primeiros anos da ditadura de Salazar.

6. O Sport Lisboa e Benfica não era a equipa portuguesa com mais triunfos no principal campeonato até à brilhante geração de 1960.

7. Manuel da Conceição Afonso foi diversas vezes presidente do clube e era um operário nos mais variados sentidos (enquanto profissão e alicerce do Benfica).

8. Júlio Ribeiro da Costa, presidente e conhecido oposicionista do regime, teve de se demitir para evitar problemas maiores ao clube.

9. A figura de Félix Bermudes é paradigmática. Autor do hino do Benfica, Avante, Avante p'lo Benfica, proibido de usar pela ditadura foi um conhecido filantropo e uma das mais importantes figuras da história do clube.

10. O Benfica realizou sempre eleições livres e diretas para os seus órgãos sociais. Foi caso único durante todo o Estado Novo.

11. O ano politicamente mais incómodo para o Estado Novo foi 1961 (desvio do paquete Santa Maria e de um avião da TAP; oposição nas Nações Unidas; apoio de John Kennedy aos movimentos independentistas do Ultramar; massacre em Angola; invasão de Goa pela União Indiana), esse ano fica também marcado pela nossa vitória na final de Berna.

12. Na temporada de 1955/56, o Benfica sagra-se campeão nacional. Na época seguinte realiza-se a primeira edição da Taça dos Campeões Europeus e o representante português foi o Sporting.

13. O Sport Lisboa e Benfica não inaugurou o seu estádio no dia 28 de maio como outros clubes.

14. Os vários recintos por onde o Benfica passou nunca tiveram apoio estatal para a recuperação ou manutenção, foram sempre preservados com o dinheiro, esforço e ajuda dos adeptos e sócios.

15. O Sport Lisboa e Benfica nunca aproveitou uma alteração de estatutos para se manter na primeira divisão.

16. Figuras como Coluna e Santana eram referências como jogadores mas também como homens informados e seriamente politizados.

17. O Benfica nunca teve um presidente ou outra figura da direção que fizesse igualmente parte de um governo do Estado Novo.

18. Além do futebol, também nas modalidades é notório que a queda do regime fascista não significou o fim de uma hegemonia.

19. O Sport Lisboa e Benfica não foi campeão no ano do caso Calabote. E, igualmente, não teve responsabilidade alguma na irradiação deste árbitro.

20. O Benfica nunca teve uma figura do clube num órgão de poder ou decisão da arbitragem nacional.

21. Em 1961, a Federação não aceitou a mudança de data para o jogo com o Vitória e o Sport Lisboa e Benfica jogou os oitavos de final da Taça de Portugal apenas um dia depois do primeiro título de Campeão Europeu.

22. O Benfica só foi reconhecido como Instituição de Utilidade Pública em 1960, ao contrário de outro clube que o era desde 1928.

23. A seleção nacional esteve 54 anos sem jogar num campo do Sport Lisboa e Benfica.

24. Foram inúmeros os jogadores do Benfica originários de zonas industriais e tendencialmente mais próximas do comunismo, como o Barreiro.

25. Salgueiro Maia.

26. O Benfica nunca realizou uma final da Taça de Portugal no seu estádio.

27. José Magalhães Godinho não só foi um dos principais diretores do jornal O Benfica como foi um dos maiores lutadores pela liberdade de imprensa e democracia em Portugal.

28. Salazar não gostava de futebol, aliás são públicas as afirmações negativas sobre o mesmo.

29. As vitórias no futebol, como no desporto, foram sempre alvo de aproveitamento político pelos regimes ditatoriais, o caso do Benfica não foi exceção.

30. O pavilhão da Luz chegou a receber encontros da Intersindical.

31. Borges Coutinho. Não só foi um dos mais importantes e vitoriosos presidente do Sport Lisboa e Benfica, como teve uma vida de lutador pela liberdade e democracia enquanto piloto da RAF.

32. Guilherme Espírito Santo, Melão e o caso do racismo num hotel madeirense.

33. João Tamagnini Barbosa foi desterrado pelo regime de Salazar para os Açores.

34. Eusébio não saiu do Benfica por manifesta opção e pressão política do Estado Novo.

35. Até Os Belenenses ganhou um campeonato durante a ditadura.

36. Todos os clubes e jogadores foram obrigados a manifestar gestos públicos de apreço para com o regime como, por exemplo, a saudação fascista.

37. Está tudo a pensar no mesmo.

38. O Benfica é povo, é República, e o recinto do Campo Grande foi inaugurado no dia 5 de outubro.

39. A maior parte dos jogadores bicampeões europeus nunca jogou na Luz pela seleção portuguesa.

40. O Sport Lisboa e Benfica não deixou de ganhar títulos depois do 25 de abril.

41. A demora no processo de desobrigação de Eusébio deixa bem patente o poder que o Sporting tinha sobre a Federação.

42. Os sócios e simpatizantes do Benfica têm construído a nossa história na luta pela liberdade e igualdade de direitos entre todos, dentro ou fora do clube.

43. O jornal do clube foi censurado por inúmeras vezes e os seus diretores perseguidos.

44. O Sport Lisboa e Benfica não foi o clube do regime. É um facto. Repito: passa por cada um de nós contar e relembrar estas histórias para que não reescrevam a História.

45. «De muitos, um.»

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