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Foto do escritorNuno Picado

A mudança que se exige

Estava perfeitamente convencido que o mês de fevereiro seria decisivo para determinar o vencedor deste campeonato, mas estava longe de imaginar o descalabro que nos esperava. O Benfica partia em condições de arrumar a questão caso vencesse ou, no mínimo, não perdesse no Dragão. Como todos sabemos não foi isso que aconteceu e o que se seguiu é uma consequência natural da desconfiança que se instalou no seio da equipa, treinador incluído. A derrota com Braga piorou o cenário e daí até perdermos a liderança do campeonato foi um ápice. 4 jogos, 12 pontos possíveis… fizemos 4.


Para além deste descalabro no campeonato, as restantes competições não correram muito melhor. Para a Taça livrámo-nos de um Famalicão que provavelmente jogou o melhor futebol no conjunto das duas mãos e fomos eliminados das competições da UEFA por um Shakhtar que foi sempre superior apesar de não ter competição há cerca de 2 meses.


Tudo isto aconteceu no período de um mês, mas a realidade estava à vista de todos como um abutre que circunda a vítima enquanto aguarda por um momento de fraqueza. O Benfica não faz um jogo decente há muito, muito tempo e os processos defensivos são assustadores. A juntar a isto temos também um apagão das nossas principais figuras, como Rafa e Pizzi, e nem o treinador escapa do desnorte com um conjunto de decisões, antes e durante os jogos, que não lembram ao diabo.


Creio ser pacífico dizer que será necessário implementar uma mudança radical a vários níveis para vencermos este campeonato. De qualquer modo, contrariamente ao que li um pouco por todo o lado, a mudança e de treinador e de presidente não é uma delas. Não sendo possível contratar jogadores e mudar a política desportiva, não adianta mudar a liderança do clube neste momento. A mudança de treinador também me parece inconsequente porque estamos em Março, a 11 jornadas do fim e a 1 ponto da liderança. A ideia que qualquer outro treinador viria aqui fazer um milagre e meter os jogadores a jogar o dobro com um estalar dos dedos parece-me absurda. É preciso relembrar também que Lage tem cerca de 4 anos restantes no seu contrato pelo que a rescisão custaria uma pequena fortuna.


Mas algo tem de mudar.


O treinador tem de olhar para aquilo que está à vista de todos e resolver os problemas que a equipa apresenta: os laterais não sabem defender; a equipa não consegue ter estabilidade emocional e entra em pânico muito cedo; o meio-campo não constrói nem destrói (apesar de ter melhorado com a estrutura Samaris/Weigl/Taarabt); as alterações vindas do banco raramente têm o efeito desejado e muitas vezes acabam por piorar a situação. Chega de teimosias, chega de chavões, chega de vacas sagradas que têm lugar cativo no 11 porque no passado tiveram boas prestações. É altura de meter os atletas mais experientes e com mais fibra a jogar e ganhar todos os jogos, nem que seja por 1-0. Agora nada mais interessa!


Quanto à estrutura, não me parece que seja tempo de nos debruçarmos sobre esse assunto, mas claramente algo tem de mudar. A política desportiva é absurda, ou mesmo inexistente, com contratações e vendas sem sentido, falta de investimento em posições que apresentam défice de qualidade há vários anos, porque meteram na cabeça que os defesas não merecem investimento por não darem retorno, e acima de tudo uma atitude arrogante que recusa admitir que este projecto precisa de ser repensado. O resultado está à vista de todos e arriscamo-nos a perder mais um campeonato para um clube que está completamente na miséria e mal consegue pagar as suas contas. Não se entende, não se aceita e algo tem de mudar obrigatoriamente na preparação da próxima época.


De momento apenas nos resta apoiar estes jogadores e esperar que o adversário perca pontos que nos permitam regressar ao primeiro lugar. Não vai ser fácil e desistir não é opção, mas podia não ter sido assim…

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