O Benfica saiu de Braga com mais três pontos e mais líder. O resultado final dá a entender que foi um jogo tranquilo, mas não foi isso que se passou na Pedreira.
O Braga entrou em campo dominador e para além de não ter deixado o Benfica jogar, chegava com facilidade ao último reduto adversário. Acho mesmo que houve total mérito dos arsenalistas, ou seja, por mais que o Benfica tentasse, foi a estratégia de Abel que se sobrepôs à de Lage. O meio-campo bracarense foi sempre mais capaz, táctica e fisicamente. Samaris e Florentino, dois dos jogadores que mais se têm destacado, não conseguiram travar as investidas de Fransérgio, o jogador que mais impressionou pelos de Braga na primeira parte, a par de Paulinho, que foi uma carraça autêntica junto dos centrais benfiquistas. Foi numa investida fulgurante de Fransérgio, com alguma ingenuidade de Florentino à mistura, que surgiu o primeiro golo e o primeiro penálti. O brasileiro, embalado deste o meio-campo, só foi parado pela incrível precipitação de Rúben Dias. Assim, ao minuto 35, Wilson Eduardo não perdoou e fez o 1-0.
A primeira parte acabou sem que o Benfica tivesse feito um único remate à baliza de Tiago Sá. Pouco se viu Pizzi, Félix e Seferovic. Rafa foi dos poucos que tentou fazer algo de diferente no ataque, mas a concentração defensiva do Braga foi sempre superior. O Benfica teria de fazer muito mais e de ter uma atitude muito diferente na segunda parte. Pois bem, tivemos isso e muito mais.
Os milhares de benfiquistas nas bancadas foram intratáveis no apoio à equipa e não tenho dúvidas de que a entrada dos jogadores no segundo tempo teve muito a ver com a paixão palpável que saía das bancadas. Lage sabe, e tem vindo a mostrá-lo, que a força deste clube passa pela sua massa adepta e de certeza que voltou a passar ir aos jogadores durante o intervalo. A juntar a isso, as correcções tácticas não podiam ter resultado melhor. Aliás, não foi primeira vez que a leitura de jogo do nosso timoneiro foi posta à prova.
A equipa só poderia ter entrado daquela forma: pressionante, assertiva, sabendo ter bola e sabendo fechar as linhas de passe ao Braga. O Benfica mostrou-se primeiro aos 48', num livre de Grimaldo, e depois aos 52', com um remate ao poste de João Félix, na sequência de uma bela jogada de entendimento. Com o passar dos minutos, tornou-se evidente a superioridade do Benfica. Ao contrário do primeiro tempo, Samaris e Florentino acertaram posições e foram dominantes. Pizzi pegou no jogo e Félix e Seferovic esticaram-no, criando espaços no meio. Foi aos 59 minutos que apareceu o empate, marcou Pizzi de penálti, após falta de Esgaio sobre Félix. Igualdade merecida e a busca pela vitória não descansou. Aos 66', mais um penálti e mais um golo para Pizzi, desta feita depois de uma mão de Bruno Viana.
Estava completada a reviravolta, mas o descanso só chegou quando o rei das assistências do campeonato, o nosso comandante Pizzi, bateu um canto perfeito para a entrada fulgurante de Rúben Dias, que de cabeça fez o 1-3 e fez também explodir de alegria e alívio todos os que, de uma forma ou de outra, assistiam ao jogo. Uma das armas de Lage têm sido as bolas paradas e ontem tivemos outro exemplo disso.
Apesar do Braga ainda ter assustado por intermédio de Dyego Sousa, o jogo estava nas mãos certas. Estava nas mãos de uma equipa que tem lutado com todas as forças pelo campeonato e estava nas mãos de todos nós. E o jogo ficou fechado a sete chaves quando Rafa, depois de um falhanço de Seferovic, decidiu fintar a defesa do Braga e fazer o 1-4 com tremenda classe e astúcia.
O Benfica é mais líder. Tem dois pontos de vantagem quando faltam apenas três jogos para o fim. Tem vantagem, sim, mas são três partidas para encarar com determinação e com uma única intenção: VENCER!
Segue-se o Portimonense na Luz. Escusado será dizer que a equipa precisa de um estádio esgotado e vibrante. O apoio nestas últimas etapas terá de ser transcendente, assim como o desejo de vitória.
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