top of page
leaderboard.gif

Carta aberta a um monstro ligado às máquinas

Foto do escritor: Textos enviados p/ benfiquistasTextos enviados p/ benfiquistas

▶ Texto enviado pelo benfiquista Pedro Alcaide.


Queres publicar um texto no nosso site? Envia por email ou pelo formulário do site.


NOTA: A opinião aqui transmitida é da inteira responsabilidade do seu autor e não representa, necessariamente, a opinião do Benfica Independente.




Ai, Benfica, se soubesses... 


Foram noites inteiras sem dormir. Na verdade não passava de uma simbólica Taça Pepsi (passe a publicidade), jogada nos primeiros dias de Agosto de 1992, mas era, acima de tudo, a minha primeira vez no Estádio da Luz. Cá fora, as imensas e tradicionais bandeiras coloriam o imaginário daquele menino ansioso com o que vislumbraria minutos depois. Aquela longa escadaria de betão armado rumo ao terceiro anel parecia não ter fim. Como numa fábula infantil, fez-se magia quando pude ultrapassar o acesso à bancada. Wow! Senti-me nos píncaros do Universo. Não poderia haver nada mais sublime. Nada tão gigantesco e arrebatador. Vermelho, intenso e vibrante. Dali em diante, a minha vida jamais seria igual. Toquei o céu. Sentia, por fim, a imensa Catedral da Luz que todos me contavam e o Benfica em todo o seu esplendor.


Apaixonar-me por ti foi inevitável.


Pelas noites de Highbury Park ou Leverkusen. Pela tempestuosa tarde de Alvalade naquele maio de 94. Pelas simples romarias na Rua dos Soeiros, pela porta 11 a rebentar pelas costuras. Pelo "Cheira bem, Cheira a Lisboa" a cada triplo do nosso Carlos. Pelo teu ADN simples, honesto e solidário.


Hoje, olho para ti e pergunto: o que te fizeram, Benfica? 


As tuas camisolas não são mais do que uma cinzenta manifestação de saudosismo levada a cabo por uma geração refém de te reencontrar.

Ano após ano, as milhares de "chamas bem acesas" foram-se apagando como que num sopro contínuo mas angustiante. Adulteraram a tua cultura, vilipendiando o ADN de Borges Coutinho ou Ferreira Queimado.


Usaram-te. A tua grandeza é tal que foste berço para muitos que nunca quiseram o teu bem. Aproveitaram-se da tua altivez e grandeza deixando-te num estado amorfo e doentio. Sem alma e sem cor. Sem o grito vibrante do Sr. José Augusto. Sem os valores maiores de Mário Wilson.


Como que num ultimato à tua essência, deixo-te um útiimo apelo: aguenta só mais um pouco, Benfica. Não te vamos deixar cair. Voltarás. Imenso e Glorioso. Como sempre te conhecemos.


Até já, Sport Lisboa e Benfica...

0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


⋆ E Pluribus Unum ⋆

MCMIV

bottom of page