
O Sport Lisboa e Benfica enfrenta atualmente uma investigação do Ministério Público (MP) que pode resultar no afastamento do clube das competições desportivas por um período entre seis meses e três anos. O caso, conhecido como o “caso dos emails”, coloca sob suspeita a gestão do clube, com acusações contra o ex-presidente Luís Filipe Vieira e o ex-assessor jurídico Paulo Gonçalves. O MP também exige uma indemnização de 900 mil euros ao Benfica, por alegados lucros ilícitos, além de envolver dirigentes do Vitória de Setúbal em acusações de corrupção, fraude fiscal e participação económica em negócio.
Em resposta a estas notícias, não é incomum ver discussões entre benfiquistas que rapidamente desviam o foco para as polémicas dos clubes rivais, como o "Apito Dourado" e as conhecidas escutas do FC Porto. Argumenta-se que, comparativamente, a história do Porto está mais manchada, e que o Ministério Público foi leniente com eles. E depois? Será que isso justifica não enfrentarmos as questões que afetam o nosso próprio clube?
O que realmente ganha o Benfica quando, ao invés de enfrentarmos as acusações graves de corrupção que o clube está a enfrentar, focamo-nos nas faltas cometidas pelos outros? Este tipo de "whataboutismo" – a tendência de desviar o debate para as falhas dos rivais, em vez de abordar as nossas próprias questões – é prejudicial ao progresso e à transparência. Tal atitude não só desvia o foco daquilo que é mais importante, como também perpetua uma cultura de desculpas e de ausência de responsabilidade.
Nos programas de debate desportivo, é comum assistir a este tipo de mentalidade. Se alguém menciona um penalty mal assinalado a favor do Benfica, imediatamente surge a contra-argumentação sobre um lance favorecendo o Porto ou o Sporting. Esta estratégia de "comparação defensiva" é exaustiva e nada construtiva, e, mais importante, desvia a atenção das questões que precisam de ser discutidas a fundo.
Se queremos o melhor para o Sport Lisboa e Benfica, temos de ser rigorosos connosco mesmos. Sim, podemos e devemos querer que a investigação seja justa e imparcial, mas isso não significa desviar o foco das acusações que pesam sobre o clube. Temos que garantir que o processo judicial vá até ao fim, seja qual for o resultado. Não queremos um Benfica que viva sobre a sombra de suspeitas e acusações – queremos um clube ileso, transparente e limpo.
É claro que, como benfiquista, ninguém quer acreditar que o clube esteja envolvido em escândalos de corrupção. Queremos acreditar que as acusações serão desmentidas, e que o Benfica sairá desta investigação com a honra intacta. Mas se, por algum motivo, o clube for considerado culpado? A única coisa que deveríamos desejar é que as consequências sejam aplicadas de acordo com a gravidade dos atos. Pouco nos interessa o que os rivais já fizeram ou os perdões de dívidas que outros clubes receberam. Não devemos justificar os nossos erros com os erros dos outros.
Igualmente irrelevante é discutir a afiliação clubística dos juízes ou procuradores envolvidos no processo. Se o juiz é portista, benfiquista ou sportinguista, isso não deveria importar. O que importa é que a justiça seja feita, para o bem do Sport Lisboa e Benfica, mas, acima de tudo, para o bem do futebol português. A nossa ambição deve ser simples: um Benfica sem mácula, que conquiste vitórias dentro das quatro linhas e não seja vítima de escândalos fora delas.
Se há algo a aprender com esta crise, é que o Benfica, tal como qualquer grande instituição, precisa de uma cultura de responsabilidade. Não podemos continuar a desviar o olhar ou a apontar o dedo aos outros. Se queremos ser o maior clube português, se queremos ser um exemplo dentro e fora de campo, temos que enfrentar as nossas próprias falhas, quando existirem, e corrigi-las.
O futuro do Benfica não pode ser garantido com base em comparações com os rivais. Se o Porto teve os seus escândalos, isso é problema do Porto. Se o Sporting teve perdões de dívidas, isso não tem nada a ver com o Benfica. O que nos deve preocupar é o presente e o futuro do nosso clube. E esse futuro depende da verdade, da justiça e da capacidade de aprender com os nossos próprios erros.
Vamos deixar o "whataboutismo" para trás e concentrar-nos no que realmente importa: a verdade e o bem do Sport Lisboa e Benfica.
▶ Texto enviado pelo benfiquista Tiago Ferreira.
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NOTA: A opinião aqui transmitida é da inteira responsabilidade do seu autor e não representa, necessariamente, a opinião do Benfica Independente.
Concordando com o perigo do whataboutismo, não concordo com o resto do texto.
O autor assume, de forma inocente, que o comportamento do MP foi correto, e que a acusação tem fundamento.
Acontece que o despacho de acusação é público - felizmente. E que revela, indubitavelmente, uma total falta de provas que sustentem “a tese” do MP.
Em suma, a comarca de Setúbal (liderada por quem sabemos) aceitou ir até ao fim na investigação de um caso que, no decurso do mesmo e na obtenção de prova, se revelou… inexistente.
Não há provas que sustentem a tese do MP. Ou seja, a tese do MP, na ausência de provas… é uma obra de ficção. Um romance, se quiser.
Num Estado…
Bla Bla Bla Bla Bla Bla Bla Bla. Este é mais um fraco. Nem tudo o que parece é. Mais uma vez não passa nada.
Que comentário ridículo!!!!! Mas quem disse ao iluminado que o escreveu que o Benfica não está a preparar convenientemente a sua defesa???? Evidentemente que está e na argumentação a apresentar não estarão certamente o que aconteceu com outros clubes ou qual a preferência clubística de um qualquer procurador... o que se passa nos programas ditos "desportivos" por pseudojornaleiros e comentadeiros de pacotilha pouco valem (pena é que quem se diz Benfiquista ainda os veja)...
com cuumentàrios destes se és benfiquiste? duvido hum!!!!!!!! vai dàr banho ao cão pobre animal.
VIVA O BENFICA
Ver comentário como este dá que pensar:
será mesmo um benfiquista a falar?
andam a comer os benfiquistas de cebolada e estes tótós a falar desta maneira
tenham juízo
Benfica tem de se defender de acusações sem nexo
contra-atacar com pedidos na justiça de indemnizações elevadas para quem anda a brincar com o nome do clube.
qualquer "marreco" neste momento mete o clube em xeque
depois temos mais uma época com árbitros a deixarem-se influenciar e na dúvida a prejudicar sempre o mesmo.