▶ Texto enviado pelo benfiquista João Moço.
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Eusébio da Silva Ferreira e Miklos Féher: 2 nomes marcantes por motivos opostos no Benfica.
Um fez parte da glória do bicampeonato europeu, outro jogou em pleno Vietname. Um fez da sua vida o Benfica, outro perdeu a vida aquando no Benfica. Um nasceu a 25 de janeiro, outro faleceu a 25 de janeiro.
Um dia de emoções agridoces para a nação benfiquista e que tinha todo o tempo e espaço para homenagens a 2 jogadores vincados na História do Sport Lisboa e Benfica. Este ano, tínhamos a oportunidade de homenagear os 2 contra o Casa Pia com uma vitória ou, no mínimo, uma cerimónia para relembrar as memórias dos 2.
Tal não aconteceu.
Uma equipa desmoralizada, depois do jogo contra o Barcelona, afunda-se ainda mais após mais uma derrota. Os adeptos, frustrados e descontentes, elevam os protestos. A Direção, de novo, abandona o navio e não aparece quando é preciso. O treinador, em frente aos adeptos, a pedir apoio para resolver "esta merda". Todos nós pensávamos que a história desse dia ficava por aí.
Tal não aconteceu.
Um áudio de Bruno Lage vem à tona, onde ele põe o dedo em todas as feridas e em todos os problemas presentes dentro do Benfica.
"Finalmente, alguém lá dentro revolta-se contra quem está lá em cima", pensei eu.
Tal não aconteceu.
No dia a seguir, de manhã, Carlos Nicolia põe um desabafo num story do Instagram a falar das lutas internas, corrupção e alianças obscuras dentro do Benfica. Se haviam suspeitas destas coisas por parte dos adeptos, um atleta com o repertório do Carlos Nicolia declarar tais coisas é a confirmação disso.
No mesmo dia, às 17:30, Bruno Lage aparece a falar para a imprensa a esclarecer o conteúdo do áudio, onde ele tenta desculpar-se do que disse.
Pequeno detalhe: Rui Costa, Lourenço Coelho e Rui Pedro Brás estavam na 1ª fila da plateia a ver este triste espetáculo.
Este fim de semana, pela primeira vez desde que me lembro, senti desânimo pelo Benfica.
Nunca pensei dizer isto.
Um clube que me chamou à atenção pela cor das camisolas, que me enfeitiçou com as suas vitórias, que me cativou com as pessoas que conheci por causa dele e que me apaixonou com a sua História jaz moribundo perante os meus olhos.
Pior: Benfiquistas de barba rija e que sabem a mística do clube há muito mais tempo que eu estão a padecer do mesmo desânimo.
Isto, sim, aconteceu. E nunca perdoarei quem me fez sentir assim pelo "Incomparável" Sport Lisboa e Benfica.
Mas há uma coisa que ainda me deixa com esperança: Está nas mãos de todos nós terminar de vez com este capítulo na nossa História.
Viva o Sport Lisboa e Benfica.
O meu desânimo começou lá para trás no dia em que percebi que o nosso Benfica ficou nas mãos duma troupe que com o respaldo de quem movimenta milhões no negócio da bola começou a afastar o Clube dos sócios (embora não o queiram fazer parecer) e passou a ser uma placa giratória de jogadores que geram milhões enquanto o Clube recebe tostões.
E para nossa sina a situação não vai voltar atrás.
Zero paixão, zero ambição, máximo entretenimento!