A época eclética do Sport Lisboa e Benfica terá início na próxima sexta-feira às 20h e 45min, com a disputa da Supertaça de futsal entre o Benfica e o Sporting. Já a Liga Sport Zone terá início no fim-de-semana de 7/8 de Setembro, com a equipa encarnada a ter uma deslocação difícil ao reduto do eléctrico de Ponte-Sôr.
Depois de uma época que terminou com a conquista do campeonato, quebrando o maior jejum da história do clube na modalidade, o Benfica parte para a nova época com a ambição de ganhar todos os troféus em que irão participar.
Para a nova época, o plantel sofreu poucas aterações. No entanto, estas alterações podem implicar uma mudança na forma de jogar da equipa, mas já lá vamos. A primeira novidade oficializada pelo clube foi a renovação do treinador Joel Rocha. Após ter conquistado o seu segundo campeonato em cinco épocas ao serviço do Benfica, Joel Rocha prolongou o seu vínculo contratual por mais duas temporadas.
Ainda no decorrer da última época, a imprensa espanhola anunciou as saídas dos nossos internacionais espanhóis Marc Tolrá e Raúl Campos, que estariam de regresso ao seu país. Raúl Campos ingressou no Palma Futsal, enquanto Marc Tolrá transferiu-se para o El Pozo Murcia. Em sentido inverso, da equipa vice-campeã espanhola viria outro fixo para o Benfica: o internacional brasileiro Fernando Drasler.
Na baliza também haveria mexidas com a contratação de André Sousa, ficando assim o Benfica com cinco campeões europeus pela selecção nacional no plantel. Enquanto isso, o jovem Cristiano Marques, após cinco anos no plantel principal, foi emprestado ao Eléctrico de Ponte-de-Sôr, juntamente com os jovens Bruno Graça e Silvestre Ferreira. Outros jovens do Benfica prosseguiram emprestados: o pivot brasileiro Jacaré permanece emprestado ao Futsal Azeméis, o jovem Tiago Fernandes foi emprestado ao Módicus, enquanto Bruno Pinto foi emprestado aos Leões de Porto Salvo.
A última contratação do clube foi o jovem Célio Coque. O fixo de 19 anos foi o capitão da equipa de juniores do Sporting que se sagrou campeã nacional na época passada. Integrou os trabalhos da equipa principal na pré-temporada, mas deverá passar grande parte da época nos juniores, tal como o ala Luíz Silva, jovem de 19 anos contratado na época passada.
Já campeão europeu Sporting CP, que será nosso adversário directo em todas as frentes, também fez poucas alterações no plantel. Para além do já mencionado André Sousa, Dieguinho, Pedro Cary e Edgar Varela (emprestado ao AD Fundão) também deixaram a equipa orientada por Nuno Dias.
As aquisições foram o ala português Pauleta contratado ao AD Fundão e o internacional cazaque Taynan oriundo do Kairat Almaty, que esteve incluído no cinco ideal da última edição da Champions. Destaque ainda para a promoção do jovem guarda-redes Bernardo Paçó.
Resumindo, foi um Verão em que ambos os rivais desinvestiram no plantel, com o Benfica a não ter contratado nenhum jogador para substituir Raúl Campos e o Sporting a ter menos um pivot no plantel. Apesar disso, espera-se que haja mais confrontos emocionantes e disputados até ao fim entre estas duas equipas.
O Sporting continua a ter um plantel de grande qualidade, mas ainda assim, existem algumas reticências em relação a esta equipa, começando pela questão do pivot. A forte exploração do jogo de pivot é uma das imagens de marca da equipa de Nuno Dias. Nesta última temporada, Rocha esteve junto com Dieguinho no plantel, de modo a poder aprender com ele e adaptar-se de forma mais tranquila sem a pressão de ter de causar impacto imediato. Agora que irá assumir o lugar, espera-se que o Rocha consiga evoluir o seu jogo. Na última época, o seu jogo resumia-se muito a receber a bola na direita e flectir para dentro para finalizar, mas sendo ainda um jogador jovem, certamente terá tudo para evoluir.
Outra questão que prevalece no plantel do Sporting, é o facto de continuar a ter um plantel envelhecido e com vários jogadores em fim de ciclo, tais como Cardinal, João Matos e Déo (que conta como formado localmente). Isto faz com que o plantel do Sporting esteja algo limitado a nível de jogadores portugueses. Actualmente, o único português no plantel que dá reais garantias é o Erick Mendonça, que é provavelmente o jogador que mais evoluir no futsal português na última época. Resta saber se Pauleta será capaz de se assumir como um jogador influente.
Outro problema que se verificou no plantel leonino na final do play-off da época passada foi a ausência de um joker capaz de desbloquear estes jogos. Normalmente, era Alex Merlim que desempenhava esse papel, mas o ala italo-brasileiro esteve na última final a um nível muito abaixo daquilo que já mostrou. Vamos ver se Taynan será capaz de assumir esse papel de jogador diferenciador, mas qualidade não lhe falta.
Também existem algumas reticências em relação ao plantel do Benfica. A começar pelo facto de não se ter contratado nenhum ala/pivot que possa rodar com um Fernandinho prestes a chegar aos 36 anos. Apesar dele e Robinho serem os jogadores mais velhos da equipa, são aqueles que mais fazem a diferença e até ao momento, não mostram grande sinais da idade. e a gestão que Joel Rocha tem feito feito na pré-época, dá a entender que os dois jogadores deverão ser geridos de forma mais rigorosa.
Outra questão que se prende com este plantel é em relação à posição de fixo. Marc Tolrá era um defensor nato, algo que se revelou muito importante face aos pivots do Sporting (apesar de ter falhado três jogos da final devido a lesão). Fer Drasler é um fixo mais tecnicista e mais influente no ataque, podendo não ser tão eficiente na marcação ao pivot.
Mas como aqui disse, as contratações deste Verão podem implicar uma mudança no modelo de jogo da equipa. Em cinco anos de Joel Rocha no comando técnico do futsal encarnado, já vimos a equipa jogar de várias formas diferentes. Já a vimos jogar com um pivot fixo no ataque, com um pivot mais móvel e também num sistema de 4-0 sem pivot, mas mais fluido e dinâmico. A meu entender, as contratações de um guarda-redes que sabe jogar com os pés e de um fixo de características construtivas dá a entender que o Benfica pode voltar a jogar mais em 4-0.
No jogo da Masters Cup contra o Kairat, que terminou com uma vitória encarnada por 3-1, a equipa de Joel Rocha conseguiu este triunfo fruto de uma postura exímia em organização defensiva e de uma reacção agressiva à perda da bola. Por outro lado, a equipa mostrou bastantes dificuldades em organização ofensiva, fruto da pressão alta da equipa cazaque, que por sinal, é um dos pontos fortes da equipa do Sporting. Espero que Joel Rocha tenha tirado ilações desse aspecto de jogo para trabalhar na preparação para a Supertaça.
Certamente, vai ser mais uma época de emoções fortes e com o campeonato a ser disputado até ao fim. E espero que esta equipa traga mais troféus para o nosso museu nesta época.
Plantel 2019/2020:
Nº 1 - André Correia
Nº 2 - Chaguinha
Nº 3 - Afonso Jesus
Nº 4 - André Coelho
Nº 5 - Fábio Cecílio
Nº 6 - Tiago Brito
Nº 7 - Bruno Coelho (capitão)
Nº 8 - Rafael Henmi
Nº 9 - Miguel Ângelo
Nº 10 - Robinho
Nº 11 - Célio Coque
Nº 12 - André Sousa
Nº 14 - Luíz Silva
Nº 17 - Fernando Drasler
Nº 18 - Fernandinho
Nº 19 - Fits
Nº 22 - Diego Roncaglio
Kommentare