Querem honestidade total? Ontem saí da Luz como se tivesse levado um murro no estômago e a achar que estava tudo perdido. Senti-me traído, desiludido… basicamente como se tivesse passado por uma noite de sexo à bruta, mas não no bom sentido.
Quem não quer estar sujeito a este tipo de desilusões mais vale deixar de ver futebol porque acreditem: isto vai voltar a acontecer e ainda vamos sofrer muito até ao final do campeonato.
A minha costela de adepto tolda-me qualquer sentido lógico e esta foi a minha primeira reacção depois de ter visto a equipa desperdiçar uma vantagem de 2 golos frente a um adversário que apenas se preocupou em defender (e bem). Foi um resultado absolutamente injusto, e esses são os mais difíceis de aceitar, mas acima de tudo ficou a ideia que fomos nós próprios a entregar o ouro ao bandido… e isso não pode acontecer.
Mas depois passam algumas horas e o cérebro recupera alguma da capacidade de raciocínio que separa os homens dos andrades. Se analisarmos friamente o encontro verificamos que este empate se deveu exclusivamente a 2 erros individuais. A equipa não jogou mal (o que não significa que tenha jogado bem), não demonstrou falta de empenho ou sequer frescura. Não, o problema foram 2 erros individuais absolutamente incríveis e difíceis de entender numa fase destas. De qualquer modo, isto não significa que devemos crucificar o Vlachodimos e o Rúben porque, infelizmente para a nossa saúde mental, isto são coisas que acontecem. Quem não quer estar sujeito a este tipo de desilusões mais vale deixar de ver futebol porque acreditem: isto vai voltar a acontecer e ainda vamos sofrer muito até ao final do campeonato. A grande diferença entre os campeões e os outros é, para além obviamente da qualidade, a maneira como se reage aos momentos adversos e se transforma a desilusão em energia positiva, raiva, motivação, fé no pau… o que quiserem.
Por tudo isto este título tem de ser nosso, mas é necessário que exista um compromisso inabalável de todos no clube e não é tempo para as fanfarronices do costume.
Querem um exemplo? Não vão gostar de o ler, mas cá vai: o Porto perdeu duas vezes connosco neste campeonato e das duas saíram mais fortes. Uma com uma série impressionante de vitórias que os catapultou para o primeiro lugar e outra com uma boa vitória frente à Roma na Champions League. Isto significa que o Porto é melhor que nós? Não, obviamente que não, mas temos de saber reagir a este momento negativo e arrancar definitivamente para um título mais que justo. O Benfica é a melhor equipa, não tem tido qualquer ajuda dos árbitros, pelo contrário, e sofre ataques de todo o lado… e mesmo assim vamos na frente. Por tudo isto este título tem de ser nosso, mas é necessário que exista um compromisso inabalável de todos no clube e não é tempo para as fanfarronices do costume. Nada de “reservados” nem tretas do género, é tempo de ganhar, ganhar, ganhar e depois ganhar ainda mais! Nada mais interessa.
Quinta-feira há mais. Para além de uma vitória concludente, espero que o ambiente no estádio seja melhor porque ontem foi tudo muito fraquinho e raramente houve grandes manifestações de apoio. Se eles falharam em campo, nós falhámos na bancada.
Todos temos de fazer mais e melhor pelo nosso clube. Vamos a isso!
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