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Nas fornalhas da Europa

Quem diria, que um jogo em Israel, serviria para passarmos a ser um Benfica transcendente. Se conseguimos colocar Haifa no topo, que será de Istambul?

Descendo do céu, para o que se passou na Terra, tivemos um início duro, que me fez lembrar jogos como o de Guimarães ou do Caldas (uma menção especial ao campeonato de Portugal). Para depois enfrentarmos as dificuldades, a pressão, as perdas nos duelos e finalmente, o golo dos israelitas que empatou tudo. E por falar em empatar, as saídas de Ausrnes e Gonçalo Ramos chegaram. Entram Chiquinho e Musa e fiquei desconfiado. São muitos anos de benfiquismo acuado, desconfiado. Uma pessoa habitua-se a encontrar defeitos e esquece-se das qualidades.

Logo a seguir, veio a segunda parte, e nada foi como dantes, as camisolas deixaram de pesar e começaram a vibrar! O Benfica não recua sem intenção de avançar, cavalgando o “rogerball” de uma forma sublime, dantesca para os de Haifa.

Esqueci-me que era Liga dos Campeões Europeus, esquei.me dos milhões que eles ganham, esqueci-me… Fiquei encantado, ao ver a bola a ser feliz! E eu? como uma criança que só quer ver golos, piruetas e abraços! Tivemos tudo neste jogo! Mas do que mais gostei, aliás o que mais gosto nesta equipa é o orgulho. Esse sentimento nobre, transformado em defeito. Orgulho que sentem e nos fazem sentir! De novo, na maneira como pressionam, como não se abalam, sem Enzo, sem Ausrnes, sem Ramos e ainda ainda assim, tudo joga bem. É o poder da mente, a fazer de meros jogadores, craques e de craques… Superlativos! Ah e o Benfica continua a marcar até acabar. Não há descanso, não há piedade!

No entanto, depois de uma noite europeia destas, o que é que fica? Ora, para mim, ficou a vontade de crer outra noite destas! Isto é o futebol, voraz consumidor de emoções fortes, que nos deixa com um desejo infinito. Mas, como todos esses desejos, são para ser gorados à partida, mas enquanto assim não é, somos representados em todas as dimensões, física, psicológica e sobretudo na questão da alma com que jogam. Temos o dever de saborear esta fase e até que ela termine, vai continuar! (grande La Palice!).

A dimensão europeia do Benfica está de volta. Sem poupanças, porque a melhor gasolina do sucesso é a vitória. Mais que isso, o á vontade que se sente a ver esta equipa jogar, independentemente se marcamos primeiro ou depois, se entramos mais fulgurantes, ou se destruímos na segunda parte, ou ainda se, lutamos e levamos os duelos a outro nível.

Para concluir esta carta de amor, duas frases que tatuarei, algum dia, na pele. Sempre correndo, responsavelmente, o risco de ser lamechas: Pelo Benfica tudo, do Benfica nada! E perdido é todo o tempo que em amor não se gasta. O Benfica é amor e o amor é verdade!


▶ Texto enviado pelo benfiquista Emanuel Almeirante.


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NOTA: A opinião aqui transmitida é da inteira responsabilidade do seu autor e não representa, necessariamente, a opinião do Benfica Independente.

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