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Foto do escritorJoão Tibério

O amor não se compra

O amor não se compra. Nem se vende num pack com descontos em cartão ou parceiros da moda.

O Sport Lisboa e Benfica é feito daqueles que ficaram quando outros procuraram duches quentes ou daqueles que falaram contra a ditadura quando o mais seguro seria aceitar tudo sem falar. Porque a nossa história é a da democracia, a da verdade, da humildade, a nossa história é feita de amor genuíno. Mesmo que nos tenham dito o contrário nos últimos anos. O amor que não se compra com vitórias ocasionais para cliente ver. O amor nasce das histórias vividas em noites que somos os que mais gritam em estádios sem condições. O amor cresce da vontade de fazer o nosso Benfica maior e melhor. E para isso precisamos de todos. Um clube sem debate nem discussão não evolui, é um clube que ruma à morte lenta. Até podem ir enganando os distraídos com balancetes gordos e goleadas rechonchudas, mas o benfiquismo é muito mais do que isso. Noites como a de hoje são amor. Podem apresentar-nos uma discussão diferente da pedida, até conseguiram que não houvesse votação, mas algo está a mudar. Os benfiquistas estão vivos e vão lutar pelo seu amor. O que aconteceu na votação pelo voto presencial foi especial. Foi mesmo especial, foi uma daquelas noites em que festejamos um golo até ficar sem voz. Não queremos que o Estádio da Luz seja mais um centro comercial. Não queremos clientes que mais não são do que compradores sem memória nem poder. O Benfica foi e será nosso. Teremos limitação de mandatos, auditoria às contas, pessoas a votar e não casas, o verdadeiro emblema e equipamentos à imagem das grandes noites do passado, enquanto avançamos para o futuro na proximidade dos sócios ao clube. Seremos porta-voz da luta contra o cartão do adepto e contra o racismo de que os nossos atletas já foram alvo e que cresce na nossa sociedade. Teremos um clube que responda e ajude os sócios, que apoie verdadeiramente as modalidades, que não fale indiretamente por homens que estão sempre em guerra quando deviam ficar calados. Precisamos de afastar aqueles que não honram a nossa história, o nosso passado de elevação. Queremos um Benfica de coração cheio e não apenas de cara lavada com um novo número um. E despeço-me com uma certeza: ganharam hoje e, provavelmente, nas próximas eleições, mas os tempos estão a mudar. O Benfica é e sempre será dos benfiquistas.

E Pluribus Unum!


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