The people have the power The people have the power The people have the power The people have the power.
Vivemos nos 30 segundos do Instagram ou do Twitter. Paredes de Coura ou Estádio da Luz, tudo é um vídeo, uma foto, uma frase, um meme, uma partilha. Tudo é um momento. A emoção é curta mas intensa. Vivem-se rapidinhas emocionais e ninguém quer os altos e baixos de um concerto ou de um jogo. Golo, falta, amarelo, é tudo um orgasmo preso. Com ou sem VAR.
Não sei se o concerto da Patti foi o que teve mais público em Coura, mas pareceu. Ouviu-se. A idade (ainda) é um posto. No palco, no público, no campo, nas bancadas. Houve rock. E é bom ter rock e uma t-shirt preta num mundo de glam e patrocínios berrantes. Os clubes apresentam fanzones bem ao gosto das marcas e dos clientes, os festivais oferecem experiências ao ritmo do brinde fácil. Todos ganham. Todos menos os adeptos e os melómanos porque este país não é para velhos.
O público atual é fraco! Todos são mais exigentes com a banda e com a sua equipa do que nos seus próprios trabalhos. Ou então não é exigência mas apenas apatia. Todos querem filmar o momento e a magia que se vive em volta mas arriscam fazer pouco. Ou nada. Os outros que façam, cantem, votem, enquanto atualizamos o status e fazemos umas stories-caça-likes. Críamos e alimentámos o Inferno da Luz e o «melhor público do mundo», e agora assistimos impávidos ao triunfo dos porcos, dos singles, dos ídolos de pés de barro. Todos têm o futuro-pântano que merecem. Discordam? Provem-me o contrário. Conseguem cantar um pouco mais no próximo concerto, gritar um pouco mais no próximo jogo? O poder é nosso, o Benfica é nosso. Queremos ser o Union ou o Leipzig?
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