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Foto do escritorJoão Tibério

Quando o Benfica vira benfica

Atualizado: 16 de set.

A quente é coisa do Demo. Tanto estamos apaixonados como ficamos irados. Sentimos intensamente cada arrancada do meio campo ou aquele corte na garra. Tudo é imenso. Vivemos o silêncio antes da bola partir no penalty e aquele bruááááá que corre pela pele quando a bola bate na malha. A quente, esquecemos as falhas individuais e as coletivas. Não há auditoria? Paciência, bebe mais uma. Os estatutos? São dez para a mesa do canto. Ponta de lança de topo? Só mais esta e vou-me embora. E a comunicação? Adlnlksndieosdks Se calhar bebeste a mais e devias descansar.

Manhã seguinte. A cabeça pesa, o corpo não responde e as capas de jornal são um ataque agressivo à tua carótida. Meus caros, o Sport Lisboa e Benfica não é uma brincadeira. Se os profissionais recebem que nem gente grande, está na hora de trabalharem como tal. E um treinador não pode ficar sozinho, mesmo que ande sempre só. No meu clube quero o melhor, infelizmente, parece que das portas para dentro não pensam o mesmo. Ao longo dos últimos anos, tentei várias vezes transformar o canal aberto numa comunicação para todos. As respostas? “Viva. Ele nem aos meios internos quer falar até final das competições, João” ou “Ele não fala sem estar devidamente briefado” foram algumas das respostas. É assim que o Benfica vê os seus: agora não, porque o presidente é incapaz de falar sem escrevermos o guião, depois logo se vê. A comunicação é a base de qualquer relação. A equação contrária é simples: ausência de comunicação + adeptos = derrota.

Os tempos mudaram! Mudaram? O Benfica de hoje é visto como uma empresa, mas depois tem estes erros crassos de gestão. Plantel de futebol masculino? Qualidade discutível. Modalidades? Acusações graves. Comunicação? Ah, desculpe não ouvi, estou parado em 1999. Os tempos mudaram. Ou assumimos os erros ou só enganamos os mesmos. Em 2023, um treinador do Sport Lisboa e Benfica não pode ser atacado no seu próprio estádio e não acontecer nada a quem o fez. Em 2023, um treinador não pode defender-se sozinho de acusações xenófobas e não mudar nada. Em 2023, um treinador não pode falhar e ninguém na estrutura falar sobre isso.

O Sport Lisboa e Benfica não deve ser gerido ao ritmo dos assobios ou intenções dos adeptos mas, claramente, não pode ser insensível ao mundo que o rodeia. O Benfica atual não quer saber dos clientes, muito menos dos seus adeptos. O Benfica de 2023 é igual ao dos últimos anos e isso é um problema grave. E é perigoso.

Tudo isto, a frio é coisa típica do purgatório. Nem tudo está mal, nem tudo está bem. Estamos numa crise: não há discussão sobre valores do clube, mas há opiniões iradas sobre substituições; não há vontade de mudar, mas critica-se e ataca-se quem ousa pensar o futuro; não há bola que entre na baliza adversária, mas sofremos demasiad.

Sei que o meu Benfica não é o de outros, mas tenho uma certeza: o nosso clube fez-se da capacidade de ultrapassar todas as dificuldades através da união e de nunca dar nada como garantido. Aqui, não há espaço para burgueses, o nosso clube é o maior porque somos os melhores, contamos com os melhores e trabalhamos todos os dias para ser os melhores. Se alguém acha que para ser o Benfica basta um cartão de boa gramagem, uns likes nas redes sociais ou um sorriso na cara, esqueça. A história do Benfica é de superação e não de gente rica que atira copos fora ao primeiro problema. O legado do Sport Lisboa e Benfica é de amor e união e nós não desistimos, nunca.

De muitos, um.


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