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Foto do escritorJoão Tibério

Sport Red Bull e Benfica


Custa ler isto, não custa? E custa porque mexer no nosso nome só se for para escrever Sport Passado-Presente-Futuro e Benfica. O que torna o nosso clube tão especial para cada um de nós, adeptos, é a ligação emotiva que criamos com as memórias e vivências. Todos temos uma história que, de alguma forma, se liga com a História do Sport Lisboa Benfica.


Felizmente, há sempre um benfiquista que viu o golo do Julinho; a estreia do Eusébio; a afirmação do Humberto Coelho; as fintas do Chalana; a chegada de Eriksson e dos seus suecos; a mão de Vata; o deambular do João Vieira Pinto; o Vietname - sim, ter memória dos momentos negros também é fundamental -; a frieza de Trapattoni e do seu fiel escudeiro Simão Sabrosa; a experiência de Jorge Jesus; os mágicos Pablo Aimar ou Jonas. E, mais recentemente, vimos momentos marcantos como o toque de André Gomes; os 10-0 vindos diretamente do século passado; a estreia regular de miúdos-Benfica. Ser benfiquista é conseguir juntar mais dez mil momentos a esta breve lista, e consegue-se pensar e juntar porque o nosso Benfica faz-se de memórias partilhadas, porque o Benfica é adjetivo plural.


Esta semana deu-se a conhecer nas redes sociais, grupos Whatsapp, e conversas de amigos, uma iniciativa muito valorosa para o que é a nossa História coletiva. Podem ver mais informações sobre o Mural da Glória aqui. E este monumento é importante porque obriga-nos a parar para pensar um pouco quem são, realmente, os nomes que fazem o Sport Lisboa e Benfica. O mural ainda vai a meio mas já temos ali muitas certezas, há ali indiscutíveis, temos ali jogadores com lugar cativo no nosso 11 de sonho.


Inevitavelmente, os problemas começam com o aproximar do presente. E todos temos mais dúvidas porque os jogadores já não ficam no clube para a vida, porque talvez haja mais juras de amor eterno desfeitas, porque o tempo está mais rápido. Atualmente, uma época é uma eternidade. Não se compreende como é que um jogador fica no plantel, como é que é vendido, como é que joga, como é que fica no banco ou na bancada, como marca, como falha. Tudo é incompreensível. E tudo é ilógico porque o tempo passa mais rápido. Os mesmos que enalteceram os golos do Seferović no passado, optam hoje por humilhá-lo nas redes sociais - e isso não é o meu Benfica -; os mesmos que desprezavam o Cervi na pré-época fazem hoje vénias - e isso também não é o meu Benfica -, ao veloz e aguerrido argentino. Tudo é efémero, tudo é fugaz, nenhuma opinião dura mais do que uma bola na barra, um corte falhado ou um frango.


Da próxima vez que forem ao Estádio da Luz vão ao Mural da Glória e, qual passagem de nível, parem, olhem e escutem. Sintam a nossa História, compreendam que o Sport Lisboa e Benfica tem-se feito de grandes Homens, que nunca negámos uma vénia a nenhum jogador, que há tempo para escolher quem merece ficar na nossa História. Termino com um apelo sentido, dêem tempo ao tempo e receberemos todos um pouco mais de Sport Lisboa e Benfica.

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