Obrigado, João.
Obrigado pelo benfiquismo que se sentiu em cada palavra e em cada momento de campanha, pela esperança num futuro novamente risonho, pela ideia de um Benfica limpo, honesto, transparente.
Obrigado pela lufada de ar fresco que foste para o clube: demasiados anos depois, eis que surge alguém que anima o povo e se entusiasma com as pessoas, que apaixona aqueles à sua volta com o seu amor ao clube, que entende que o Benfica, embora sendo a mais séria das coisas, deve ser sempre discutido com um sorriso nos lábios e uma cerveja na mão.
Obrigado por esse sonho bonito de um clube novamente grande em toda a linha: ambicioso em campo e exigente fora dele, uma chama imensa do relvado para a bancada e da bancada para o relvado, uma paixão popular que não tem medo das pessoas, mas antes imiscui-se e alimenta-se do seu furor.
Obrigado pela elevação durante a campanha e na hora da derrota. Não terá sido fácil enfrentar um monstro de propaganda bem montado, um(a) Ventoinha que espalha lama para todos os lados, cartilheiros a latir dia após dia, hora após hora. Obrigado por teres mantido a postura, a sobriedade, a rectidão e a boa-disposição a todo o momento.
Hoje foi um dia triste. Diria mais: em 21 anos de benfiquismo, este foi o dia mais triste. Perdemos a oportunidade de recuperar desportiva e, acima de tudo, moralmente este ideal com 116 anos.
As instituições são eternas, mas apenas se trabalharmos nesse sentido. Um século passou, e a cada dia deparamo-nos com um Sport Lisboa e Benfica cada vez mais baço, mais disforme, mais erodido: afinal, menos Benfica, culpa e delito de quem o devia ter defendido.
A desilusão é grande por ter havido 59% dos votantes que sentiram que os Bons Rapazes que nos desgovernam, culpados de um autêntico rombo moral e desportivo, eram merecedores de um voto de confiança. A História não vos esquecerá e eu, enquanto mo for permitido, também não.
No meio das trevas, uma ténue luz: a juventude mobilizou-se, a oposição também, pela primeira vez em anos Vieira tremeu, e o Benfica pôde sonhar com alguém que gostasse de si.
Obrigado por isso, João: por aquela que parecia ser a última oportunidade de salvar o Benfica, mas que, talvez, tenha sido a semente de um Sport Lisboa novamente glorioso, probo, orgulhoso de si próprio e dos seus feitos.
Obrigado por um entusiasmo que já não sentia há anos, por um brilho nos olhos que pensava já estar perdido, por esse sonho maravilhoso de um Benfica à altura moral dos seus grandes: Cosme Damião, Félix Bermudez, irmãos Vieira de Brito, Bogalho, João Santos, Vilarinho.
Obrigado, João, pelo exemplo de coragem e amor. Aqueles que amam verdadeiramente o clube sentem-se há muitos anos sem uma voz. Obrigado por teres sido o nosso líder e amplificador. A luta não acabará aqui. Continuará amanhã, durante todo o ano, novamente nas próximas eleições: o combate pela alma do Benfica não pode cessar, nunca, até a vitória ser definitiva. Não foi pelas tuas mãos, mas quiçá tenha sido o prenúncio de um amanhã radioso.
Obrigado, João, pela honestidade e transparência, pela honra e verdade, pelo amor à democracia e ao Benfica, pela alegria, a simplicidade, a força e a humildade.
Obrigado, João, pela esperança, a ambição e o sonho mais belo dos últimos anos.
Obrigado, João, pelo Benfica, por seres Benfica.
Obrigado, João, muito obrigado!
Viva o Benfica!
▶ Texto enviado pela benfiquista Francisco Costal.
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