No passado sábado, 2 de novembro de 2024, foi dia de recordar Cosme Damião, o fundador do Sport Lisboa e Benfica e o eterno guardião dos valores que forjaram a identidade deste clube. Hoje* é o 139.º aniversário de Cosme Damião. Uma nova onda de euforia tomou conta dos adeptos do Benfica devido à saída de Rúben Amorim do Sporting para o Manchester United. Mas será que essa euforia é justificada? Em vez de se focarem nos problemas dos outros, não deveriam refletir sobre os desafios que o Benfica tem enfrentado e o rumo recente que o clube tem seguido?
Desde que Amorim assumiu o comando do Sporting, o clube adversário conquistou dois Campeonatos Nacionais, duas Taças da Liga e uma Supertaça. Durante o mesmo período, o Benfica venceu apenas um Campeonato e uma Supertaça. Estes números tornam-se ainda mais preocupantes ao recordar que o clube conquistou apenas 2 dos últimos 24 troféus disputados e apenas 11 dos últimos 50. Números desta ordem deveriam incitar à introspeção nos adeptos do Benfica, em vez de inspirar otimismo baseado nos revéses do seu rival.
Esta reação parece vir da crença de que, com a saída de Amorim, o Sporting ficará enfraquecido; mas tal otimismo ignora os problemas internos do Benfica. Nos últimos anos, o clube de Cosme Damião acumulou falhas e lapsos de desempenho, enquanto o Sporting se mostrou estável. Os títulos recentes do Benfica, em vez de serem prova de um novo ciclo hegemónico, refletem uma inconsistência que exige uma avaliação mais profunda e estruturada.
Hoje, a memória de Cosme Damião deve ecoar como um apelo à responsabilidade. Sonhador, defensor da humildade, rigor e trabalho, Damião idealizou o Benfica como um clube com valores sólidos, assentes na integridade e disciplina. Mas parece que é precisamente isto que tem faltado ao Benfica nos dias de hoje. Processos judiciais contra o clube trazem à tona práticas questionáveis. Uma auditoria interna revelou fragilidades na organização e nas finanças. Estes elementos, tal como configurados, assinalam uma crise de identidade que compromete o espírito de dignidade e transparência que Cosme Damião sempre representou e que hoje parece estar em falta.
Embora possa ser visto como uma oportunidade, a saída de Amorim não significa que a grandeza do Benfica alguma vez tenha dependido dos tropeços dos seus oponentes, mas sim de sua capacidade de abrir caminhos de triunfos sucessivos. Assim, em vez de se regozijarem com os problemas dos rivais, os adeptos deveriam exigir uma liderança que honre o legado de Cosme Damião e conduza o clube a uma recuperação sólida, baseada apenas nos seus próprios méritos e unidade.
A saída de Rúben Amorim é, sem dúvida, um marco para o Sporting e para o futebol português, mas para o Benfica, deve ser um motivo para reflexão. Alegrar-se com a fraqueza dos outros é, de facto, uma distração passageira que pouco contribui para o futuro do clube.
Cosme Damião sonhava com um Benfica vencedor pelos seus próprios méritos, unido e trabalhador. Que este dia inspire o clube a retornar a esses valores e a reassumir uma posição digna de sua história, onde as vitórias são alcançadas pela excelência e não pelo azar alheio.
*2 de novembro
▶ Texto enviado pelo benfiquista Bernardo Quialheiro.
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o que se tem visto cada vez mais é adeptos mais preocupados com os outros do que com aquilo que se passa dentro da nossa casa, curiosamente há uns anos gozávamos muitos com os outros que andavam sempre mais preocupados com o que se passava no nosso clube do que aquilo que se passava no clube deles.
exemplo disso é a conversa que clube corrupto esta falido, pois até pode estar, e até já é conversa de pelo menos uma década só que entretanto ainda cá estão e vão continuar, falidos ou não, e continuam a vencer mais do que nós e vão continuar se os adeptos andarem mais preocupados com o que se passa nos outros clubes e nã…