O voleibol é das últimas modalidades do Benfica que irá iniciar a sua época oficial. A época da equipa encarnada irá iniciar no próximo sábado, dia 12 de Outubro, com a disputa da Supertaça contra a equipa da AJ Fonte Bastardo às 17h em Almada. O Campeonato seguinte terá início no fim-de-semana seguinte com o Benfica a receber o SC Espinho na primeira jornada.
A temporada de estreia de Marcel Matz ao serviço do Benfica dificilmente poderia ter corrido melhor, que só não foi perfeita devido a mais uma eliminação nos quartos-de-final da Taça Challenge. Depois de uma época que superou as expectativas, a estrutura da modalidade rapidamente se assegurou d segurar os jogadores mais influentes da equipa.
Hugo Gaspar, Peter Wohlfahrtstatter, Théo Lopes, Rapha, Zelão, André Lopes e Marc Honoré renovaram contrato, ficando assim assegurada a espinha dorsal da equipa. As primeiras saídas a serem anunciadas foram a dos pontas Frederic Winters e Bernardo Martins, sendo que a saída do português se deveu a razões pessoais. Mais tarde foi anunciada a saída do central Filip Cveticanin, que irá abraçar um desafio no voleibol grego. Uma saída que na minha opinião é lógica, visto que tendo em conta a sua juventude e potencial, certamente não iria querer a continuar a ser quarta opção no plantel.
Para ocupar as vagas foi anunciado um regresso ao clube: o atacante Afonso Guerreiro, que representou o Benfica entre 2011 e 2013 e que regressa aos 24 anos, após passagens pelo Fonte Bastardo, Castelo da Maia e SC Espinho. Pode jogar a zona 4 e a oposto, o que ajuda a precaver as idades avançadas de Hugo Gaspar e Théo Lopes.
A outra contratação foi a do ponta brasileiro André Aleixo, mais conhecido por Japa. Este zona 4 de 28 anos conta com 2 campeonatos brasileiros no currículo, tendo representado alguns dos principais clubes do país, tais como o Funvic Taubaté, o SESI SP e o SESC RJ. Pode também jogar na posição de líbero.
Esta temporada também fica marcada por um passo importante no voleibol encarnado: a participação na CEV Champions League. Ao contrário do que se verificou nas épocas anteriores, em que a equipa abdicava de participar em competições de nível mais elevado para apostar forte na Taça Challenge, nesta época decidiram dar um passo mais ambicioso, participando nas pré-eliminatória de acesso à Fase de Grupos da Champions.
Na minha opinião, esta participação na Champions deve-se a dois motivos: primeiro, porque uma participação na competição irá aumentar a reputação do voleibol do Benfica, podendo atrair outros patrocinadores e jogadores de maior qualidade.
O segundo motivo tem a ver com a competitividade. A Taça Challenge era a terceira competição europeia na modalidade e como tal, é aquela com adversários mais acessíveis, mas tem sempre 3/4 equipas de maior calibre, com as quais o Benfica acabava por se encontrar mais cedo mais tarde e acabava por ser eliminado da competição. Nas cinco edições da Challenge em que o Benfica participou, em quatro delas foi eliminado pela equipa que viria a ganhar a competição e na outra foi eliminada pelo finalista vencido.
No entanto, esta quebra não se deve apenas à maior profundidade e qualidade individual das equipas adversárias. Também se deve ao facto destas equipas estarem inseridas num patamar competitivo mais elevado. Como o nosso campeonato tem poucos jogos competitivos, a nossa equipa acaba por se ressentir desse défice quando defronta adversários com maior traquejo.
Portanto, creio que esta participação servirá acima de tudo para aprender e ganhar maior tarimba competitiva, de modo a que numa futura participação na Challenge, possamos ser reais candidatos a conquistar o troféu.
Na primeira pré-eliminatória, a equipa do Benfica irá defrontar os bósnios do Mladost Brcko. Caso se apure para a segunda pré-eliminatória, irá defrontar o OK Budva do Montenegro. Em caso de apuramento para a terceira pré-eliminatória, o Benfica terá três adversários possíveis: o Mladost Zagreb (Croácia), o IBB Polonia London (Inglaterra) e o SK Zodruqa (Áustria).
Na minha opinião, o facto de terem conseguido fugir do Vojvodina Novi Sad foi a melhor coisa que podia ter acontecido ao Benfica. A equipa sérvia que nos derrotou na final da Taça Challenge em 14/15 é de longe, a equipa mais cotada a participar nestas pré-eliminatórias. Apesar de não conhecer nada sobre os nossos possíveis adversários, há um factor que me faz acreditar que a passagem para a fase de grupos, que é o facto de todos os nossos possíveis adversários serem de países que estão atrás de Portugal no ranking da CEV. Em caso de eliminação nalguma das pré-eliminatórias, a equipa do Benfica será relegada para a Taça CEV.
Entre os nossos adversários directos no campeonato, o Sporting CP passou por um período de instabilidade a nível estrutural. A mudança da sede da modalidade de Cinfães para Lisboa fez com que vários dos elementos nacionais da equipa deixassem o clube, visto que não queriam deixar a vida que tinham no norte do país para se mudarem para a capital.
O treinador Hugo Silva abandonaria o clube, sendo substituído por Gersinho, um jovem treinador brasileiro de 43 anos que vem do Corinthians. De saída, também estiveram os portugueses Hugo Ribeiro, Roberto Reis, Fabrício Silva e João Simões; e os estrangeiros Guillem Pérez, Lionel Marshall, Wallace Martins, Marko Bojic e Jordan Richards.
Em relação às caras notas, o Sporting contratou o líbero Gil Meireles e dois jogadores ao Fonte Bastardo: o distribuidor Francisco Pombeiro e o ponta Renan Purificação. Ao SC Espinho contratou o oposto brasileiro Rodrigo Pernanbuco e fez regressar o zona 4 Lourenço Martins após um ano emprestado ao clube vareiro. Pela mão do treinador Gersinho, o Sporting contratou ainda dois jogadores brasileiros vindos de fora: o central Athos Costa e o ponta Thiago Sens.
Sinceramente, não sei muito bem o que esperar desta equipa do Sporting. Por um lado, contratou um treinador com a mesma escola e o mesmo perfil de Marcel Matz; por outro lado, desinvestiu fortemente no plantel.
A equipa açoriana do Fonte Bastardo, que será a nossa adversária na Supertaça, também promete ser um osso bem duro de roer. Apesar de ter perdido alguns jogadores influentes, tais como Renan Purificação, Kevin Rakestraw e Vitaly Shukinin, a equipa reforçou-se com vários jogadores que prometem acrescentar qualidade ao plantel, tal como o distribuidor José Neves, o central cubano Sirianis Hernandez, os franceses Valentin Bouleau (distribuidor) e Lionel Coloras (oposto) e os brasileiros Alan Domingos (líbero) e Anthony Gonçalves (zona 4). Certamente, o Fonte Bastardo terá mais uma equipa competitiva e bem orientada por João Coelho.
Já o SC Espinho, que será o nosso primeiro adversário no campeonato, também reforçou-se com alguns jogadores de qualidade e promete morder os calcanhares aos candidatos ao título, fazendo regressar o central Kibinho e o ponta João Simões. Contratou também o zona 4 João Oliveira, que já representou o Benfica, bem como o oposto Bruno Cunha, que representou a selecção nacional na Liga das Nações e no Campeonato da Europa.
A pré-temporada do Benfica ficou marcada pelas conquistas do Torneio Particular no Pavilhão da Luz e do Torneio das Vindimas. Competência é coisa que não falta a esta secção e eu acredito seriamente que Marcel Matz e companhia terminem a época com mais razões para sorrir.
Plantel 2019/2020:
Nº 1 - Rapha Oliveira
Nº 3 - André Lopes
Nº 4 - Peter Wohlfahrtstatter
Nº 5 - Manuel Rodrigues
Nº 6 - Kelton Tavares
Nº 7 - Ivo Casas
Nº 8 - Hugo Gaspar (capitão)
Nº 9 - Marc Honoré
Nº 10 - Afonso Guerreiro
Nº 11 - Théo Lopes
Nº 14 - Miguel Sinfrónio
Nº 16 - Zelão
Nº 17 - Tiago Violas
Nº 18 - Japa
Nº 20 - Nuno Pinheiro
Nº 22 - João Simões
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